Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), Rio de Janeiro, Brasil

    O Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) ocupa junto com o Observatório Nacional o mesmo local no bairro São Cristovão, Rio de Janeiro. O MAST tem um acervo fantástico que vem sendo mantido em exelente estado de conservação. Em 1999 fui convidado por Marcus Granato, chefe do Departamento de Museologia do MAST, para participar das obras de restauração da cúpula de 8.8 metros de diâmetro do refrator de 32 cm, trabalho este que foi iniciado em Agosto e concluído em Dezembro de 2000. Como eu não tnha condições de executar a obra devido ao seu porte e dos problemas que existiam, foi convidado um estaleiro do Rio de Janeiro para executa-la. O estaleiro, com grande experiência na reforma de navios, forneceu 15 homens, andaimes, macacos hidráulicos, máquinas, soldadores, carpinteiros, serralheiros, pintores, enfim tudo o que necessitavamos para realizar o trabalho de restauração. Acompanhei a obra fiscalizando e fornecendo minha experiência acumulada ao longo de 21 anos de trabalho no Observatório Astronômico da Serra da Piedade (ICEx/UFMG), aonde existem duas cúpulas fabricadas na Alemanha.. Tinha também construído outras cinco cúpulas e trabalhado na reforma de mais três: uma do Observatório Astronômico do Centro Técnico Aeroespacial (CTA, São José dos Campos, SP) e duas do Observatório Astronômico da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (MG). Afirmo com segurança que o trabalho de restauração foi realizado com nível internacional e duvido que o fabricante alemãe teria feito melhor. Tudo sob acompanhamernto direto da arquiteta Cristiane Suzuki, contratada pelo MAST e que acompanhava com rigor o nosso trabalho informando a Marcus Granato o andamento dos trabalhos.
    O trabalho foi difícil e desafiador mas para mim muito importante: primeiro, pela experiência que adquirí e que se somou a que já tenho acumulada na área de observatórios e cúpulas; segundo, ao longo de cinco meses ( na realidade, até janeiro de 2001), viajando semanalmente ao Rio de Janeiro de onibus ( não havia dinheiro para avião), pude acompanhar o trabalho do pessoal do MAST na difusão da astronomia e da ciência junto a população, em especial estudantes e professores. Presenciei, também,um trabalho profissional de museologia, em que se buscava não apenas restaurar e conservar, mas também resgatar a memória deste valioso patrimonio nacional. E devo lembrar que todos alí trabalham com recursos limitados, principalmente dinheiro.
    O pavilhão da luneta equatorial de 32 cm é composto pela luneta propriamente dita, a cúpula metálica e a edificação que a sustenta. Este pavilhão se insere entre as construções que atenderam a pesquisa astronômica na primeira metade do século XX e sua cúpula foi encomendada em 1910 ao fabricante Carl Zeiss – Jena/Alemanha. A cúpula, que pesa muitas toneladas, é acionada por um motor elétrico e assentada sobre trilhos e rodas de ferro e dentadas, girando suavemente 360º. Além disso, uma abertura superior denominada trapeira possibilita a utilização do instrumento para observação do céu, sendo aberta através de um conjunto de roldanas acionadas manualmente por uma corda. Nesta cúpula foram combinadas as tecnologias dos perfis e chapas metálicas e madeira, que neste caso funciona como estrutura secundária em forma de vigas curvas e de forração como pode ser observado na seqüência de fasquias que a revestem internamente. Certamente, o revestimento externo original era de chapas de ferro pintada mas atualmente é de aluminio. A construção possui um corpo circular principal de alvenaria aonde fica instalada a luneta equatorial, alteado do solo por um porão habitável e um vestíbulo retangular que lhe serve de acesso.
    A luneta equatorial de 32 cm foi construida em 1894 pelo construtor de telescópios T. Cooke & Sons (Buckingham Works, York/Inglaterra). Em 1921 é finalmente instalada no novo campus do Observatório Nacional, no Morro de São Januário, Rio de janeiro, aonde permanece até hoje como um acervo do MAST. Após a sua re-inauguração em 09/11/2001, será colocada a disposição do público.

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